Fã da natureza

Quando começou a demonstrar interesse pela natureza, o pequeno Adolpho tinha apenas dez anos. Seu passatempo favorito era colecionar bichos e plantas. Guardava caramujos, cavalos marinhos, borboletas... Para ele, colecionar e observar eram atividades interessantes, que combinavam aprendizado com divertimento.

Imagem representado aprendizado com divertimento

Por conta desse interesse, Adolpho Lutz, na adolescência, já tinha certeza de que quando crescesse trabalharia como cientista da natureza. Desde então, passou a reservar parte de seu tempo para aprender mais sobre história natural. Aos treze anos leu A origem das espécies , principal obra do cientista

Imagem representando a Evolução das Espécies
Charles Darwin: nasceu em 12 de fevereiro de 1809 e morreu em 19 de abril de 1882. Tinha um grande interesse por minerais, insetos e outros animais e, como Lutz, fazia coleções para suas pesquisas. Formado em medicina, despertou-se mais tarde para as ciências naturais. Então, das suas análises de animais e plantas surgiu seu mais importante trabalho: "a seleção natural". Darwin provou que seres vivos com características mais adaptadas ao meio em que vivem têm grandes possibilidades de gerar mais filhotes para a próxima geração do que os outros, menos adaptados. Esse trabalho serviu de base para seu livro sobre a origem das espécies). Esse livro seria muito importante para suas atividades futuras.

Em 1871, aos 15 anos, prestes a ingressar no curso secundário - que era como se chamava o ensino médio da época -, Adolpho Lutz ingressou no Gymnasium de Berna, onde aprendeu grego e latim. Esses idiomas eram indispensáveis para quem quisesse entrar na universidade.

Em 1874, ele já estava na Faculdade de Berna, cursando medicina. Recebeu o diploma de médico em julho de 1879 e, no ano seguinte, o de doutor em medicina.

Minhas cartas

Lutz passou 17 anos estudando na Suíça. Para matar as saudades da família no Brasil e também para narrar os acontecimentos, escrevia muitas cartas!

Leia o trecho de uma correspondência

"A primavera principiou com vigor e os brotos das árvores estão se abrindo. Este ano há muitas violetas e eu conheço os melhores lugares em que as podemos encontrar. Quando houver oportunidade, não esqueçam de nos enviar alguns objetos de história natural, caramujos, cavalinhos marinhos, conchas de náutilos e pedras mais raras, caso possível, vários exemplares para podermos trocar. Mandamos fazer uma casinhola para lagartas e vamos criá-las, mas também vamos apanhar borboletas e esperamos obter muitas para nossa coleção, embora a Basiléia não seja o melhor lugar. Em Berna conheço lugares muito melhores. Também queremos começar uma coleção de plantas secas, e precisamos de folhas e flores brasileiras secas, de preferência com os nomes. (...) Já temos algumas plantas secas, mas temos ainda pouca prática de secar. O livro sobre plantas vai servir-nos muito para plantar nossos jardinzinhos.") , sua irmã. Ele tinha apenas 10 anos e contou a ela sobre sua fascinação pela natureza.

Neste outro trecho, Lutz conta para sua mãe

"Veja, o que vou dizer são coisas em que acredito sinceramente, e tenho a esperança de que a sra. também as aceite como verdadeiras. Nem sei se será preciso trabalhar com muita assiduidade, principalmente se quiser seguir uma das carreiras com que me acenam. Quero falar mais uma vez a respeito de minhas aspirações e propósitos quanto ao futuro. O que sempre desejei em criança e, sem refletir devidamente, ainda o desejo agora, é ser pesquisador em ciências naturais. Medito muito sobre esta aspiração. Também penso muitas vezes que talvez seja preciso um estudo para ganhar o pão. Em regra geral, ocorre-me em primeiro lugar a medicina, embora também me sinta atraído pela filosofia... Se pudesse ser professor de ciências naturais também serviria. Vou acumulando todos os conhecimentos de história natural que consigo adquirir, faço observações próprias, assisto a preleções públicas e, durante as férias, estudo todos os livros de biologia ao meu alcance. Realmente, não há muitos destes à minha disposição. Quase peço autorização para adquirir um bom tratado de história natural que me possa servir também mais tarde e durante toda a minha vida. Espero, com o auxílio de Deus, chegar a ser um verdadeiro naturalista. De minha parte, contentar-me-ei em viver muito modestamente se puder ser um bom pesquisador. A realização dessa aspiração não me parece de todo impossível. O Sr. Massini, da Basiléia, com quem tenho conversado a respeito, deu-me grandes esperanças.") . Nesta época, ele tinha, mais ou menos, 15 anos, estava cheio de sonhos e planos.

Coleção

Colecionar insetos e plantas era o passatempo preferido do pequeno Adolpho. Mais tarde passou a ser também uma de suas fontes de pesquisa. Com o exercício de catalogar, ele descobriu até novas espécies de bichos e plantas. Se você também tem espírito de investigador da natureza, que tal montar a sua própria coleção?!

Você vai precisar de:

1-  Um ramo de planta , de 30 a 40 cm
2-  Folhas de jornal
3-  Um caderno de anotações
4-  Lápis ou canetas coloridas
5-  2 tábuas quadradas com 45cm x 35cm
6-  Barbante
7-  Cola branca


Mão na massa, ou melhor, na planta!
Comece colhendo um ramo de sua planta favorita. Dê preferência a alguma que contenha folhas e flores. Depois, arrume a planta bem esticada em um pedaço de madeira coberto por jornal. Cubra com outra folha de jornal e coloque a outra parte da madeira por último, fazendo um "sanduíche de planta". Agora, pegue o barbante e amarre bem as madeiras para seu ramo ficar bem prensado e esticadinho para secar. De dois em dois dias, você deve trocar o jornal úmido e assim checar se sua planta já está seca e pronta para se catalogada.
Depois de seca, use seu caderno para colar a planta e escrever do lado dela as seguintes informações que você terá de obter: nome comum; família; nome científico; local e data da coleta; seu nome; além do número da planta.
Bom, essa é a sua planta número 1. Mas você pode colecionar outras e ficar por dentro de detalhes das mais variadas espécies!