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Os Lutz e a emigração para o Brasil

Adolpho Lutz nasceu no Rio de Janeiro, capital do império brasileiro, a 18 de dezembro de 1855. Seus pais, Gustav Lutz e Mathilde Oberteuffer, emigraram para o Brasil em fins de 1849, fixando-se naquela cidade, onde Gustav dedicou-se ao comércio de importação e exportação. Os Lutz formavam uma das famílias mais tradicionais de Berna desde o século XVI, vinculada à corporação de ofício dos carpinteiros, com direito de votar e portar armas. O avô de Adolpho Lutz, Friedrich Bernard Jacob Lutz, foi uma figura de destaque na história da medicina suíça, tendo chefiado o serviço médico do exército da Confederação Helvética por cerca de vinte anos.

A vinda dos Lutz para o Brasil articula-se ao movimento de imigração iniciado na década de 1820. Foram poucos os suíços que emigraram para o Brasil no século XIX, comparados aos portugueses, italianos, espanhóis e alemães. Ainda assim, protagonizaram as primeiras experiências de colonização dirigida, que deram origem a Nova Friburgo, na província do Rio de Janeiro, à colônia Leopoldina, na Bahia, e às colônias formadas em São Paulo, em meados do século, com o objetivo de substituir a mão-de-obra escrava nas fazendas de café.

Os Lutz chegaram ao Rio de Janeiro no princípio de 1850, no auge da epidemia de febre amarela que causou milhares de mortes na capital brasileira, e aí nasceram quase todos os dez filhos do casal. Em 1857 os Lutz decidiram retornar a Berna, talvez motivados pela insalubridade do Rio, que, além de recorrentes surtos de febre amarela, fora atingido por devastadora epidemia de cólera em 1855. Adolpho Lutz tinha dois anos quando foi conhecer a terra onde nasceram seus antepassados.