Adolpho Lutz tinha aproximadamente nove anos quando seus pais retornaram ao Brasil, em 1864, para cuidar dos negócios da família. Na Suíça deixaram os três filhos mais velhos: Gustav, com 10 anos, Adolpho, e Friedrich Eugen, nascido lá, com sete ou oito anos. Adolpho Lutz realizou os primeiros estudos na Basiléia, onde fora deixado com os dois irmãos aos cuidados da família de um professor. Desse momento até a conclusão de seus estudos superiores, ficaria 17 anos longe do convívio familiar, só retornando ao Brasil em 1881.
Desde muito cedo, Adolpho Lutz manifestou interesse pela natureza, dedicando-se, ainda na infância, ao estudo da história natural e à coleção de espécimes, tais como caramujos, cavalos marinhos, borboletas e plantas. Esse instinto de colecionador e a vocação para observar o mundo natural já eram visíveis em carta que escreveu para a irmã aos 10 anos de idade. Observar e colecionar era uma atividade social ainda em voga na segunda metade do século XIX, combinando divertimento familiar e desenvolvimento intelectual.
Na adolescência, Lutz consolidou a opção profissional, reservando parte de seu tempo para a aquisição mais metódica de conhecimentos sobre as ciências naturais. Aos 13 anos leu A origem das espécies, publicado por Charles Darwin em 1859, obra que exerceria grande influência em suas atividades futuras. Aos 15 anos, em 1871, prestes a ingressar no curso secundário, expressou claramente sua vocação em carta para a mãe. No mesmo ano, ingressou no Gymnasium de Berna, onde iria adquirir sólidos conhecimentos de grego e latim, na época idiomas indispensáveis para admissão na universidade.
Em 1874, Lutz iniciou seus estudos superiores na Faculdade de Berna, optando pela medicina.
