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Introdução

Origens familiares e formação (1855-1881)

Volta ao Brasil. Novas viagens (1881-1892)

No Instituto Bacteriológico de São Paulo (1893-1908)

A mudança para o
Rio de Janeiro (1908-1940)
  Adolpho Lutz no Instituto Oswaldo Cruz
  Expedições científicas e viagens de Lutz
  Desvendamento da Esquistossomose
    •Ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni
Moluscos transmissores
do Schistosoma mansoni

Método de enriquecimento
de ovos de S. mansoni
Outros estudos zoológicos
de Lutz em Manguinhos
  Novos trabalhos em dermatologia

Novos estudos sobre
a Lepra

A herança e os herdeiros de Adolpho Lutz
 
O desvendamento da esquistossomose
   
Ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni
   

escoberto por Leiper, em 1915, o ciclo evolutivo do Schistosoma mansoni não tinha sido ainda estudado em detalhe. O primeiro a fazê-lo foi Adolpho Lutz; depois, atraiu a atenção de Faust e Hoffman (1934). Devem-se ao cientista brasileiro as primeiras observações minuciosas sobre a penetração do miracídio do S. mansoni no molusco, as condições que a favorecem, os pontos em que preferencialmente se dá, a reação que provoca nos tecidos dos caramujos, a formação dos esporocistos de primeira e segunda geração, e a migração destes para as vísceras do hospedeiro, onde ocorre o aparecimento das cercárias.

Lutz estudou o ovo do S. mansoni e descreveu com igual minúcia o embrião, ou miracídio, em seu interior e, após a eclosão do ovo, seu comportamento no meio ambiente. Verificou que os ovos do S. mansoni nem sempre eclodem logo que entram em contato com a água doce, como ocorre com os do S. heamatobium. Essa observação, confirmada depois por Brumpt, levou à modificação de noções clássicas sobre o determinismo da eclosão dos ovos dos esquistossomos.

Lutz revelou dados que passaram despercebidos a outros pesquisadores e fez observações controversas. A principal dizia respeito às primeiras fases evolutivas do helminto em seu hospedeiro intermediário. Para Lutz, o esporocisto-mãe, oriundo de modificações sofridas pelo miracídio, desenvolve-se perto do ponto de penetração deste, embaixo dos tegumentos do molusco. O desenvolvimento dos esporocistos produz pequenos tumores nos tentáculos do caramujo. A visualização desses tumores permite saber quais moluscos estão infectados, vinte dias ou mais após a infestação. Lutz observou, ainda, que os esporocistos da primeira geração não têm movimentos; os esporocistos-filhos, formados a partir das células germinativas dos primeiros, é que são dotados de movimentos, quando completamente formados, constituindo-se em massas alongadas, curtas e grossas. Migram então para as vísceras do caramujo, onde se fixam e dão nascimento às cercárias.

A formação de tumores nos tentáculos do caramujo foi observada também por Iturbe-Gonzalez, mas outros autores não discerniram o fenômeno. Faust e Hoffman não o notaram, e interpretaram de outro modo a evolução larvária do S. mansoni, atribuindo ao esporocisto-mãe a capacidade de migrar para as vísceras do molusco. Em 1940, Brumpt, decidido a esclarecer os pontos controversos, repetiu essas pesquisas e confirmou as observações de Lutz sobre as lesões tentaculares de Planorbis glabratus. Em 1947, Maldonado e Acosta Matienzo, com técnica moderna, descreveram a evolução larvária do S. mansoni de forma quase idêntica à do cientista brasileiro.

Em seus estudos, Lutz assinalou, ainda, as condições de temperatura e iluminação que favorecem a saída das cercárias, a morfologia, os movimentos e as condições de sobrevida das larvas. Obteve, também, infestação experimental em roedores, o que facilitou o estudo da evolução da doença que o parasito ocasionava em cobaias e seres humanos.

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