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O acervo de Adolpho Lutz

As coleções de Adolpho Lutz

Nos anos que precederam o centenário de nascimento de Adolpho Lutz (1955), Bertha Lutz esteve à frente de uma pequena e laboriosa equipe, dedicada à catalogação das coleções do pai, em Manguinhos, à transferência de parte delas para o Museu Nacional e à tarefa de completar o arquivo com publicações, manuscritos, correspondência e outros documentos do cientista.

Em 1942, Bertha já fazia a revisão das coleções não entomológicas de Adolpho Lutz. Em 1951, reivindicou um auxiliar “para as coleções herpetológicas; um para o herbário e diversas outras coleções; um para moluscos; um ou mais para entomologia e helmintologia, respectivamente, parecendo que estes dois últimos grupos deveriam ser fornecidos pelo Instituto Oswaldo Cruz; uma arquivista e mais auxílio datilográfico”.

Em novembro de 1954, a numeração dos anfíbios brasileiros de Lutz terminara, dando 4.439 espécimes Em janeiro de 1955, contabilizariam 5.211 espécimes na coleção herpetológica de Lutz, que incluía anfíbios e répteis.

O Herbário Adolpho Lutz continha plantas coletadas pelo cientista em suas viagens ao rios São Francisco e Paraná, ao Nordeste, a Petrópolis, à serra da Bocaina, à Venezuela, e mesmo em Manguinhos, em terrenos sepultados pela avenida Brasil ou pelos aterros onde já vinham sendo cravados os alicerces dos prédios novos que rodeiam o conjunto arquitetônico histórico edificado por Oswaldo Cruz. Àquele herbário foram depois anexadas as coleções particulares de Heráclides de Souza Araújo, Henrique Aragão, Arthur Neiva e Olympio da Fonseca. Pouco antes do Centenário, a coleção de orquidáceas do Herbário foi doada à Sociedade Botânica do Brasil, e ficou sob os cuidados de Guido F. J. Pabst, que a descreveu na Revista Brasileira de Biologia, em julho de 1955.

A coleção que Lutz formara durante os estudos sobre a esquistossomose totalizava 3.214 exemplares de Planorbis, gênero de caramujos que compreende algumas espécies transmissoras da doença. Em 1955, esta coleção encontrava-se ainda desorganizada. Ao que parece, seria retirada do limbo somente em 1959, quando Amilcar Viana Martins, então diretor do Instituto Oswaldo Cruz (1958-1960), levou aqueles caramujos a Belo Horizonte, para serem estudados por Wladimir Lobato Paranense.

Quando Francisco Laranja tomou posse como diretor do Instituto Oswaldo Cruz, em janeiro de 1954, teve início a organização da coleção entomológica de Adolpho Lutz. O entomologista Gustavo de Oliveira Castro, um dos mais próximos colaboradores de Lutz, parece ter sido o herdeiro de seu laboratório e o principal guardião das coleções de insetos de maior relevância médica e científica para o IOC. No começo de 1955, parte dos dípteros já havia sido organizada e fichada pelo dr. Hugo Souza Lopes; outra parte caminhava mais lentamente. Newton Dias dos Santos, do Museu Nacional, já se dispusera a cuidar dos odonatas, e Alexander Graham Bell Fairchild, do Gorgas Memorial Laboratory (Panamá), ficaria responsável pela organização e revisão da coleção de tabanídeos.