Percorrendo o Brasil
Lutz viajou tanto pelo mundo quanto pelo Brasil. Nos estados brasileiros, ele identificou diversas doenças e coletou muitos animais e plantas para suas pesquisas. Com alguns ‘cliques’, você pode agora viajar com Lutz!
Pelo rio São Francisco
Você já ouviu falar no rio São Francisco? Ele banha os estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Em 1912, durante três meses, Adolpho Lutz e Astrogildo Machado viajaram pelo rio São Francisco e seus afluentes, visitando diversas localidades. Eles estavam a serviço de um órgão que tinha a missão de combater os efeitos desastrosos da seca que afetava a região.
Além de identificar doenças até então desconhecidas pelos médicos do litoral brasileiro, as viagens de Lutz tinham o objetivo de coletar animais que pudessem hospedar parasitas e microrganismos, além de plantas utilizadas como medicamentos pelos nativos. Relatórios de viagem e fotografias também eram usados para registrar em detalhes as condições de vida das populações do interior do país.
Por outros rios
Em 1918, Adolpho Lutz viajou junto com os pesquisadores Heráclides César de Souza Araújo e Olympio da Fonseca Filho. Eles partiram de São Paulo, passaram pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e também pela Argentina, Paraguai e Uruguai, navegando pelos rios Paraná e Asunción.
Na bagagem, os cientistas levaram um pequeno laboratório com os equipamentos necessários para exames microscópicos, remédios para serem distribuídos gratuitamente e instrumentos para realizar cirurgias de urgência. Durante o percurso, examinaram vários doentes, entraram em contato com médicos e cientistas das regiões visitadas e coletaram diversas amostras de animais e plantas. Observaram ainda os hábitos e costumes das populações que viviam às margens dos rios, a fauna e flora da região, assim como o clima, entre outros aspectos. Na volta, todas as informações coletadas pelos cientistas, e as conclusões a que eles chegaram, foram publicadas em um relatório. Assim, embora apenas três pessoas tenham ido tão longe, muitas outras iriam aproveitar tudo o que eles descobriram por lá.
Rumo ao Nordeste
Na companhia do pesquisador Oswino Penna, Adolpho Lutz viajou, durante três meses, pelo Nordeste do Brasil em 1918. Eles partiram do Rio de Janeiro e, navegando pela costa, chegaram a Recife. Depois, por estrada de ferro, alcançaram o Rio Grande do Norte, o estado mais distante que pretendiam visitar. Iniciaram, então, o trajeto de volta, passando por Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde embarcaram com destino ao Rio de Janeiro.
O objetivo dessa viagem foi estudar o número de pessoas que tinham o Schistosomum mansoni – parasita que causa a 
– nos diversos estados que visitaram, e também identificar focos de infecção dessa doença. Eles fizeram exames em diversas pessoas para descobrir o percentual de casos de esquistossomose e os sintomas produzidos. Nos focos de infecção, procuraram os moluscos que transmitem a doença, verificando a quais espécies eles pertenciam. Os cientistas também recolheram informações sobre outras doenças, como peste bubônica, febre amarela e malária.
