Muitas realizações

Adolpho Lutz

No Brasil, Lutz combateu epidemias, estudou bichos curiosos, aumentou o nosso conhecimento sobre diversas doenças e contribuiu para a criação de laboratórios que pudessem produzir vacinas e soros.

Luta contra uma epidemia

Em 1889, a cidade de Campinas, no interior de São Paulo, foi atingida pela primeira vez por uma epidemia de febre amarela. O cenário era desanimador. Quase não havia médicos para atender à população: os que não morreram, fugiram em pânico do contágio, junto com os moradores mais ricos. As autoridades foram obrigadas a trazer de outras cidades médicos dispostos a enfrentar a crise. Adolpho Lutz foi um deles: pôde ficar apenas dois meses em Campinas – tinha viagem marcada para o Havaí, onde iria trabalhar com pessoas que sofriam de lepra –, mas esteve na cidade quando a epidemia estava no auge.

Doentes

Pé no laboratório e olho em bichos curiosos

Lutz viveu no Havaí, seguiu para os Estados Unidos e voltou ao Brasil em 1893 para tornar-se subdiretor e, depois, diretor do Instituto Bacteriológico de São Paulo. Ali, trabalho não faltava: preparar vacinas, examinar substâncias que seriam usadas para tratar doenças ou para higiene, realizar análises em laboratório para ajudar médicos a diagnosticar as doenças de seus pacientes, fazer investigações ligadas às epidemias que ocorressem no estado, aumentando o conhecimento sobre diversas doenças...

Durante os 15 anos em que dirigiu o instituto, Lutz participou ainda da criação de laboratórios no país para fabricar soro e vacina contra a peste bubônica. Laboratórios que, depois, ampliariam sua área de atuação, fazendo e para combater outros problemas, que não a peste bubônica, e que se tornariam muito importantes para o Brasil, como o Instituto Butantan. Em São Paulo, Lutz também continuou suas pesquisas, estudando vermes, aracnídeos – como ácaros e carrapatos – que causavam danos à população do estado, além de bichos curiosos como o piolho da galinha, o bicho-de-pé ou mesmo microrganismos como o que causa a sarna.

De volta à cidade onde tudo começou

Em 1908, já com mais de 50 anos, Adolpho Lutz foi trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Ali, realizou um antigo desejo: dedicar-se somente à pesquisa, sem que, necessariamente, o que descobrisse tivesse de ser aplicado na medicina. Lutz investigou doenças como a esquistossomose e a lepra, bichos como os anfíbios anuros e até insetos. Fez diversas viagens e participou de variadas expedições científicas. Contribuiu ainda para a formação de jovens médicos que trabalhavam no Instituto, ao ensiná-los como investigar os complexos ciclos de vida dos parasitas e seus hospedeiros.

Instituito Oswaldo Cruz