Vai e Volta

Quando Lutz tinha 2 anos de idade, sua família decidiu voltar à Suíça. Não se sabe ao certo por que razão. Mas talvez tenha sido por causa das condições de vida no Rio de Janeiro. Na época, a cidade não tinha nada de maravilhosa. Quando a família Lutz chegou ali, havia uma epidemia de febre amarela que estava no auge, causando milhares de mortes. Já no ano em que Adolpho Lutz nasceu, 1855, a cidade foi atingida por outra epidemia: desta vez, de cólera. Viver em um lugar assim, onde as pessoas estavam sempre sob a ameaça de alguma doença, não devia ser fácil, não é?

Adolpho Lutz deixou, então, o Brasil aos 2 anos de idade e voltou apenas com 26. Já era médico formado. Mas, se ele havia mudado muito nesse período, o Rio de Janeiro, nem tanto. Ao menos na área de saúde. Na cidade ainda havia muitas epidemias – especialmente de febre amarela – e casos de doenças como tuberculose ou de intestino, que matavam muitas pessoas.

Se por um lado o Rio de Janeiro continuava o mesmo, por outro, quanta diferença! A cidade estava se modernizando: o comércio e a navegação cresciam, ferrovias eram criadas, bondes andavam para lá e para cá, fábricas começavam a funcionar... O Brasil também mudava: em 1888 foi extinta a escravidão e, no ano seguinte, o país tornou-se uma República.

Lutz voltava à sua terra natal, portanto, em um momento muito importante: na época, acreditava-se que era fundamental tomar medidas para oferecer condições adequadas de vida à população, evitando assim a proliferação de doenças, para que o Brasil pudesse progredir. Além disso, espalhavam-se pelo país as idéias de cientistas estrangeiros, que propunham novas maneiras de conceber e combater as doenças.