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a
adolescência, o interesse de Adolpho Lutz pela história
natural aumentou. Aos 15 anos, quando estava prestes a ingressar
no curso secundário e se deparava com a difícil
decisão de optar por uma profissão, a de naturalista
impôs-se como sua vocação. Numa passagem de
uma carta à mãe, de 4 de fevereiro de 1871, ele
expôs seus anseios:
"Veja, o que vou dizer são coisas em que acredito
sinceramente, e tenho a esperança de que a sra. também
as aceite como verdadeiras. Nem sei se será preciso trabalhar
com muita assiduidade, principalmente se quiser seguir uma das
carreiras com que me acenam. Quero falar mais uma vez a respeito
de minhas aspirações e propósitos quanto
ao futuro. O que sempre desejei em criança e, sem refletir
devidamente, ainda o desejo agora, é ser pesquisador em
ciências naturais. Medito muito sobre esta aspiração.
Também penso muitas vezes que talvez seja preciso um estudo
para ganhar o pão. Em regra geral, ocorre-me em primeiro
lugar a medicina, embora também me sinta atraído
pela filosofia... Se pudesse ser professor de ciências naturais
também serviria. Vou acumulando todos os conhecimentos
de história natural que consigo adquirir, faço observações
próprias, assisto a preleções públicas
e, durante as férias, estudo todos os livros de biologia
ao meu alcance. Realmente, não há muitos destes
à minha disposição. Quase peço autorização
para adquirir um bom tratado de história natural que me
possa servir também mais tarde e durante toda a minha vida.
Espero, com o auxílio de Deus, chegar a ser um verdadeiro
naturalista. De minha parte, contentar-me-ei em viver muito modestamente
se puder ser um bom pesquisador. A realização dessa
aspiração não me parece de todo impossível.
O Sr. Massini, da Basiléia, com que tenho conversado a
respeito, deu-me grandes esperanças".
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