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athilde
Oberteuffer Lutz parece ter sido tão empreendedora quanto
o marido. Mulher culta, fundou um Colégio
Suíço-Brasileiro em Botafogo, na rua
Farani, próximo à residência do senador Cristiano
Ottoni, primeiro diretor da Estrada de Ferro D. Pedro II. No exemplar
de 1880 do Almanak Laemmert encontra-se a primeira referência
ao “Colégio de Meninas dirigido por d. Mathilde Elena
Lutz’’, na rua da Princeza Imperial, 33, no bairro
do Catete. Informava-se que o colégio atendia a todas as
exigências higiênicas, contando com banhos frios,
quentes e ducha, dormitórios, sala para vestir, classes
arejadas e bons espaços para recreios, dentro e fora da
casa. No ano seguinte, passou a chamar-se Collegio Suisso-Brasileiro.
Em 1887, transferiu-se para a rua Farani, 12. Depois, para a rua
Mariz e Barros, na Tijuca. Na década de 1920, mudou-se
novamente para a rua Otto de Alencar, 31, no mesmo bairro e, a
julgar pelo depoimento de um ex-aluno, ainda funcionava no final
dos anos 30. A partir de um certo momento, passou a receber também
meninos.
O colégio era freqüentado pelos filhos das famílias
abastadas do Rio de Janeiro. Ensinava-se português, francês,
inglês e alemão, literatura francesa, alemã
e brasileira, além de matemática (até aritmética
comercial, embora não ensinasse álgebra), geometria,
desenho, geografia, corografia do Brasil, a chamada história
universal, mitologia grega e romana, canto coral, educação
física e costura para as meninas. Preparava também
alunos que iam prestar exames para a escola de engenharia, menos
em matemática. As aulas eram de manhã e à
tarde. Não havia classes separadas, e sim uma única
turma com crianças de 6 anos a jovens de 20, cabendo ao
professor coordenar atividades diferentes. As professoras do colégio
eram da própria família Lutz: Matilde, segunda irmã
de Adolpho Lutz, e, mais tarde, Paula e Gertrudes, filhas de Maria
Elisabeth Lutz, irmã mais velha do cientista. Bertha, filha
de Adolpho Lutz, chegou a ajudar as primas no cuidado dos alunos.
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