República
Helvética foi instituída em 1798, em
decorrência da invasão das tropas napoleônicas.
Para os suíços, representou a perda de autonomia
e a interrupção temporária de uma longa
história de descentralização político-administrativa
baseada na confederação formada por diferentes
cantões.
Originalmente constituída por três regiões
(Schwyz, Uri e Unterwalden), que em 1291 se uniram contra as
pretensões do Sacro Império Romano-Germânico,
a Confederação Helvética era composta por
treze cantões quando da invasão francesa, nos
últimos anos do século XVIII. Esses cantões
gozavam de grande independência e dividiam-se em católicos
e protestantes, protagonizando constantes querelas. A República
impôs um governo central, uma Constituição
que desconsiderou as tradições suíças,
e reduziu os cantões à mera condição
de distritos administrativos. Genebra, anexada à França
em abril de 1798, e as províncias de Valtelina, Chiavenna
e Bormio, incorporadas à República Cisalpina Italiana,
criada por Napoleão,
ficaram excluídas da República Helvética.
As intervenções e o tratamento dado pelos invasores
à Suíça, percebida como Estado vassalo,
transformaram o país num campo de batalhas, mergulhando-o
em profunda desordem interna. A Revolução Francesa,
iniciada em 1789, conquistara a adesão de numerosos democratas
suíços que haviam participado de uma revolta contra
a burguesia de Genebra em 1782, e muitos desses revoltosos,
refugiados em Paris, retornaram com as tropas francesas em 1798.
Friedrich Bernard Jacob Lutz, que simpatizava com os democratas,
acompanhou o exército francês na fuga para Baadtland
após a reação federalista. A situação
anárquica exigiu nova intervenção de Napoleão,
que em 1803 editou o Ato de Mediação, responsável
pelo restabelecimento da Confederação Helvética.
Mantida sob o controle da França, a organização
confederativa passou a contar, então, com os treze cantões
anteriormente existentes e outros seis (St. Gallen, Graubünden,
Aargau, Thurgau, Ticino e Vaud). Tal medida contribuiu para
a diminuição de poder do governo central e para
a recuperação parcial de autonomia das diferentes
regiões.
Após a queda de Napoleão, em 1815, o país
foi beneficiado pelo Congresso de Viena com a recuperação
de três cantões (Valais, Neuchâtel e Genebra)
e com a garantia de sua neutralidade. O antigo sistema confederativo
foi restabelecido em grande medida, atribuindo-se ao governo
central reduzido poder.