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ncentivado
por Ludwig Lichtheim, seu professor de clínica médica
em Berna, Adolpho Lutz passou a testar as propriedades terapêuticas
da substância extraída da casca do quebracho-colorado,
árvore originária da América do Sul, especialmente
no tratamento de dispnéias. Escreveu sua tese de doutoramento
com as observações que reuniu, estudando precisamente
a espécie Quebranchia lorentzii (sinônimo
de Loxopterygium lorentzii), segundo a classificação
de Grisebach. Em razão da dificuldade em obter o extrato
específico da árvore, passou a usar o Extractum
ligni Quebracho aquosum siccum de Büdigen, em Frankfurt,
que, segundo lhe informaram, provinha da espécie lorentzii.
Entusiasmado com os bons resultados que obteve com o preparado,
Lutz recomendou-o aos colegas, ressaltando seu pequeno volume,
sua solubilidade e a possibilidade de ser utilizado em pílulas
ou clister.
As observações foram realizadas em pacientes dos
hospitais de St. Gallen e de Berna. Como bom cientista, Lutz começou
a experiência com pessoas saudáveis, verificando
os efeitos do produto também em si próprio. Após
administrar o medicamento a cerca de 38 doentes com histórico
de pneumonia, enfisema, bronquites, tuberculose, moléstias
pleurais, tísicas, moléstias febris e anomalias
cardíacas, todos devidamente monitorados quanto às
freqüências de respiração e pulso e às
curvas de temperatura, Lutz chegou a conclusão idêntica
à que Penzoldt expendera para o quebracho-branco: o quebracho-colorado
também poderia ser usado com sucesso nos mais variados
tipos de dispnéia, supondo o médico brasileiro que
o princípio ativo de ambos fosse o mesmo, ou bastante similar.
Os resultados de Lutz não prevaleceram na terapêutica.
Sabe-se hoje que a ação do quebracho-colorado é
bem menos eficaz do que se pensava, ao contrário do quebracho-branco,
ainda usado em virtude de suas propriedades antiespasmódicas,
antiasmáticas, tônicas, adstringentes e febrífugas.
O quebracho-colorado tem valor comercial mas em decorrência
de sua utilidade na indústria e na construção
civil, graças à dureza de sua madeira, a seu poder
calórico e ao fato de ser uma das mais ricas fontes de
tanino conhecidas.
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