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cladóceros eram conhecidos desde o século XVII,
mas somente em 1786 veio a lume a primeira classificação
de animais microscópicos que incluía esses microcrustáceos,
de autoria de Otto Friedrich Müller (1730-1784). Esse naturalista
dinamarquês dedicou-se à pesquisa sistemática
da fauna e da flora européias, especialmente de crustáceos
e insetos. Entre os primeiros a analisar sua importância
na cadeia alimentar estão o sueco Wilhelm Lilljeborg (1816-1908),
professor de zoologia em Upsala, e o norueguês Georg Ossian
Sars (1837-1927). Filho de Michael Sars, teólogo e biólogo
marinho, Georg desenvolveu especial interesse por crustáceos
e moluscos, tendo estudado também o bacalhau a pedido do
governo do seu país.
Franz Leydig, professor da Universidade de Tübingen, na Alemanha,
já havia enfatizado a importância dos cladóceros
em trabalho sobre a história natural dos dafnídeos.
As pesquisas sobre esses invertebrados foi ainda estimulada pela
nova técnica de coleta desenvolvida por Johannes Müller,
professor da Universidade de Berlim, considerado o pai da fisiologia
e da biologia teórica na Alemanha. Numa excursão
com seus alunos à ilha
de Helgoland, no Mar do Norte, Müller utilizou
pela primeira vez uma rede finíssima para coleta de microrganismos
microscópicos que se encontravam em suspensão na
água.
O primeiro estudo sobre cladóceros da Suíça
data de 1820: Histoire des Monocles qui se trouvent aux environs
de Genève foi publicado após a morte do autor, Louis
Jurine, com figuras desenhadas por sua filha. O pesquisador dinamarquês
Peter Erasmus Müller, que em 1867 divulgara relevante estudo
sobre os cladóceros de seu país, publicou em 1870
uma nota sobre os que encontrou nos lagos suíços.
Outro antecessor de Lutz foi François-Alphonse Forel, pioneiro
no estudo dos lagos e professor de medicina da Universidade de
Lausanne que desde 1869 vinha estudando a fauna de profundidade
do lago Léman. Suas investigações sobre biologia,
química, circulação de água, sedimentação
e, mais importante ainda, a interação entre esses
processos, redundaram na criação de uma nova disciplina.
Em 1869, Forel publicou Instruction à l’étude
de la faune profonde du Lac Léman; entre 1874 e 1879, Matériaux
pour servir à l’étude de la faune profonde
du Léman. Em seu mais importante estudo, Le Léman,
em três volumes (1892-1904), cunhou o nome “limnologia”
para designar sua especialidade, por analogia a “oceanografia”.
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