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principais modificações introduzidas em Manguinhos
na gestão de Carlos
Chagas (de 1918 até sua morte, em 1934) consistiram
na criação dos Serviços de Medicamentos Oficiais
e de Análise de Soros, Vacinas e outros Produtos Biológicos,
na incorporação do Instituto Vacinogênico
Municipal, responsável pela fabricação da
vacina antivariólica, e nas reformas promovidas pelos regulamentos
de 1919 e 1926, que ampliaram até mesmo as atividades de
ensino de disciplinas relacionadas à microbiologia, zoologia
médica e saúde pública. O Serviço
de Medicamentos Oficiais, criado junto com o de Profilaxia Rural,
em 1918, acarretou o fortalecimento da vertente industrial de
Manguinhos. Em janeiro de 1920 foi criado o Departamento Nacional
de Saúde Pública, que Chagas dirigiu até
1926, restabelecendo a ligação umbilical do IOC
com uma saúde pública mais autônoma e bem
aparelhada.
Na década de 1920 os trabalhos científicos do Instituto
Oswaldo Cruz (atualmente uma unidade da Fundação
Oswaldo Cruz) estiveram direcionados, predominantemente, para
as doenças endêmicas nas zonas rurais do Brasil.
A Doença de Chagas continuou a ser estudada, por ele próprio
e por Eurico Villela, priorizando-se sua forma cardíaca
e as lesões que provocava no fígado. Genésio
Pacheco, enviado à Bahia para fazer estudos de campo sobre
a natureza das disenterias, estabeleceu novo e eficaz processo
de diagnóstico da disenteria bacilar. Lutz inaugurou os
estudos sobre a esquistossomose, verificando sua grande disseminação
no norte e, em menor escala, no sul do país. Magarino Torres
chamou a atenção, em 1927, para o toxoplasma, mostrando
que o parasito era o agente etiológico de nova doença
humana, a toxoplasmose. A Doença de Carrion foi encontrada
no interior da Bolívia por pesquisadores do Instituto,
que continuaram a se dedicar ao estudo de várias enfermidades,
entre as quais o impaludismo, a hanseníase e as helmintoses.
Além das pesquisas ligadas a doenças humanas, prosseguiram
os trabalhos concernentes àquelas que grassavam sob a forma
de epizootias. Em 1927-1928, José Gomes de Faria e Oswaldo
Cruz Filho foram enviados à Argentina para completar os
estudos sobre a piroplasmose ou “tristeza dos bovídeos”.
Aragão publicou, em 1927, importante trabalho sobre o mixoma
dos coelhos, sugerindo a utilização de seu vírus
para combater uma praga de coelhos que dizimava as lavouras da
Austrália, experiência mais tarde executada com grande
êxito.
A relação de imunobiológicos e quimioterápicos
destinados à medicina humana e à veterinária
fabricados e comercializados pelo Instituto Oswaldo Cruz totalizava
36 itens em 1925, relação essa que não incluía
a vacina antivariólica, cuja produção destinava-se
exclusivamente à saúde pública.
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