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1922, em meio às comemorações do centenário
da Independência do Brasil, realizou-se no Rio de Janeiro,
sob a presidência de Carlos
Chagas, a Conferência Americana de Lepra. Como
nos congressos internacionais de 1897 e 1909, prevaleceu a teoria
do contágio em detrimento da suposição de
que essa doença fosse hereditária. Abriu-se, no
entanto, espaço para uma terceira corrente, aquela liderada
por Lutz no Brasil, segundo a qual a doença era transmitida
por mosquitos, tal como a malária e a febre amarela. Lutz
foi um dos membros da comissão organizadora do evento,
que reuniu representantes de 13 países e cujas conclusões
enfatizaram a necessidade de estímulo às investigações
científicas sobre a doença e da criação
de cátedras especiais nas faculdades de medicina.
Lutz defrontou-se aí com a maioria dos expositores, sobressaindo
entre eles, ainda, Belmiro Valverde, um dos presidentes honorários
da Conferência. Não obstante continuasse sem provas
experimentais conclusivas em favor da teoria da transmissão
do mal de Hansen por mosquitos, Lutz reiterou argumentos apresentados
em 1915 e no 2° Congresso Sul-Americano de Dermatologia e
Syphilografia, realizado em outubro de 1921 em Montevidéu,
à mesma época em que o Departamento Nacional de
Saúde Pública, recém-criado, iniciava ofensiva
segregacionista contra os doentes através da Inspetoria
de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas.
Problemas que se ligam al estúdio de la lepra,
de 1922, reúne as comunicações apresentadas
por Lutz nos eventos da capital uruguaia e do Rio de Janeiro.
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