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eve-se
principalmente a Bertha
Lutz a preservação do grande espólio
deixado pelo pai. Seus projetos eram ambiciosos e incluíam
a construção de um museu para abrigar as coleções
de Adolpho Lutz, assim como a publicação de toda
a sua obra e de uma biografia. Os resultados ficaram bem aquém
do esperado, tendo Bertha registrado em testamento o desejo de
que a obra e a biografia de Adolpho Lutz fossem publicadas pelos
pósteros.
De 1941 a meados da década de 1960, ela aproveitaria todas
as homenagens ao pai para criar e renovar relações
com instituições, políticos e intelectuais
que pudessem viabilizar a exposição e a publicação
de sua vasta obra. Entre 1941 e 1942, manteve intensa correspondência
com o objetivo de recolher ao arquivo que organizava cartas e
trabalhos de Adolpho Lutz que se achavam em poder de outros pesquisadores
ou de instituições nacionais e estrangeiras. Ao
mesmo tempo, tentava concretizar o museu em memória do
cientista, mas seus esforços malograram.
Na celebração do cinqüentenário do Instituto
Oswaldo Cruz, em 1950, preparou uma exposição de
seus trabalhos, ressaltando sua primazia entre os pioneiros da
medicina tropical e da zoologia médica no Brasil. Mas o
grande acontecimento daquele período foram as celebrações
do centenário de nascimento de Adolpho Lutz, em 1955, a
cargo de uma “comissão preparatória”
criada dois anos antes.
Após estas comemorações, Bertha seguiu empenhada
na “missão” de publicar os trabalhos científicos
de Adolpho Lutz. Já havia pleiteado auxílio financeiro
a outras instituições, além daquelas representadas
na Comissão do Centenário, para custear o empreendimento.
Na década de 1960, tentou efetivar novo projeto de publicação
das obras, que chegou a ser analisado pela Editora da Universidade
de São Paulo, mas tampouco vingou.
Talvez esgotada pelos anos de incessante luta pela organização
da grande obra de seu pai, Bertha Lutz acabou por delegar à
posteridade, em seu testamento, a missão de materializar
esse projeto. Em documento lavrado no cartório do 24º
Ofício de Notas, em 21 de setembro de 1972, deixou recursos
“na Carteira Copeg” para custear os trabalhos preliminares
de organização das notas e originais de Adolpho
e Gualter Lutz. Segundo seu desejo, os trabalhos inéditos
deveriam ser publicados completos ou suficientemente adiantados
para esse fim, e os demais republicados. A publicação
da biografia de Adolpho Lutz, da história do movimento
feminino no país e de um atlas ilustrado sobre os “Anfíbios
anuros do Brasil” também foram previstos em seu testamento.
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