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doença
descrita por Lutz tornou-se um dos principais objetos de investigação
clínica e bacteriológica dos médicos que
davam corpo à dermatologia brasileira.
Em 1909, Alfonso Splendore, seu colaborador no Instituto Bacteriológico
de São Paulo, descreveu um novo caso e, em comunicação
apresentada no ano seguinte ao IV Congresso Médico Latino-Americano,
mostrou que todos os casos até então observados
no Brasil – os dois de Lutz,e três examinados por
ele próprio – compartilhavam uma característica
singular: a localização primitiva da lesão
na mucosa da boca. Concluiu, então, que a blastomicose,
no Brasil, podia ser causada por dois tipos de cogumelos, um do
gênero Oidium, o outro pertencente aos sacaromicetos.
Em 1912, publicou trabalho considerado fundamental sobre a doença.
Nesse intervalo, Carini, Lindenberg, Gaspar Vianna, Carvalho,
Dias da Silva, Portugal e Renato
Ferraz Kehl, entre outros, relataram casos da doença
descrita originalmente por Lutz. Em 1919, Walther Haberfeld, catedrático
da Faculdade de Medicina de São Paulo, publicou monografia
em que descrevia a anatomia e histologia patológica da
micose por ele denominada agora “Granuloma ganglionar maligno
de origem ‘blastomicética’ (Zymonema histosporocellularis)”.
Dez anos depois, Floriano Paula de Almeida publicou estudo comparativo
do granuloma coccidióidico nos Estados Unidos e no Brasil,
mostrando que eram notáveis as diferenças entre
as duas doenças. Propôs, então, que se criasse
o gênero Paracoccidioides, associando a ele a espécie
brasiliensis em que Splendore classificara o parasito
descoberto por Lutz.
A classificação de Almeida foi aquela geralmente
aceita. Olympio da Fonseca Filho, micologista do Instituto Oswaldo
Cruz, chegou a defender classificação diferente
e, por conseqüência, nova denominação
para a doença, que parecem não ter desfrutado de
muita aceitação entre seus pares.
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