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sessão
de instalação da Sociedade
Brasileira de Dermatologia foi realizada num domingo, 4 de
fevereiro de 1912. Adolpho Lutz esteve presente, junto com outros
17 médicos do Rio de Janeiro, três deles do Instituto
Oswaldo Cruz – Gaspar Vianna, Parreiras Horta e Werneck
Machado. Aprovado o projeto de estatuto elaborado por Fernando
Terra, catedrático da disciplina na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro, designou-se uma comissão para redigir
o documento definitivo.
No fim de seu primeiro ano de atividades, a Sociedade já
contava com 81 sócios efetivos. Quase não havia
médicos especializados; a maioria era de clínicos,
pediatras, oculistas, pesquisadores e microbiologistas. Reuniram-se
regularmente na última quarta-feira de cada mês,
em anfiteatros da Santa
Casa da Misericórdia, até 1922, quando passaram
a ocupar o auditório do Colégio Brasileiro de Cirurgiões,
em Botafogo. As demonstrações clínicas eram
feitas em duas enfermarias da Santa Casa, ligadas ao Serviço
de Doenças da Pele e Sífilis.
A participação mais intensa de Lutz ocorreu na década
de 1910, quando empenhou todo o seu prestígio na defesa
da transmissão da lepra por mosquitos como um dos delegados
da Sociedade na Comissão de Profilaxia da Lepra formada
pelo governo em 1915. A assídua presença de Lutz
e a participação crescente de outros cientistas
de Manguinhos na Sociedade Brasileira de Dermatologia, naquela
década, têm relação com o grande incremento
da troca de informações entre a medicina tropical
e a clínica das doenças de pele. As atas das sessões
da Sociedade refletem a mudança de ponto de vista sobre
os problemas de saúde no Brasil, deslocando-se a ênfase
das doenças infecciosas que grassavam epidemicamente nos
centros urbanos do litoral para as endemias encontradas no interior
do país, patologias ainda mal conhecidas que freqüentemente
se manifestavam sob a forma de graves lesões cutâneas.
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