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Por
muito tempo a febre tifóide permaneceu indiferenciada no
âmbito de um conjunto heterogêneo de afecções
sépticas, febres e doenças associadas ao nome genérico
“tifo”. Começou a ganhar contornos mais definidos
na primeira metade do século XIX, graças a estudos
clínicos e anatomopatológicos de médicos
franceses como Pierre Charles Louis (1787-1872), Armand Trousseau
(1801-1867) e, especialmente, Pierre-Fidèle Bretonneau
(1778-1862). O inglês William Budd (1811-1880) foi o primeiro
a correlacionar a febre tifóide a um “vírus”
vivo – expressão que na época significava
“veneno” vivo – transmitido por contágio
mediato ou imediato. Em 1880, o patologista Carl Joseph Eberth
(1835-1926) descreveu um microrganismo – o “bacilo
de Eberth”, depois chamado Salmonella typhi –encontrado
nos gânglios mesentéricos e no baço dos cadáveres
que autopsiou. A descoberta foi confirmada por Koch, que apresentou
descrição mais precisa do bacilo encontrado em cortes
da parede intestinal, do baço, fígado e rim. Em
1884, Georg Gaffky (1850-1918), assistente e sucessor de Koch,
conseguiu isolar o bacilo e dele obter culturas puras. O bacteriologista
francês Fernand
Widal (1862-1929) estabeleceu a identidade do bacilo
de Eberth, realizou a primeira vacinação antitifóide,
e, em 1896, divulgou sua principal descoberta, o sorodiagnóstico
da febre tifóide.
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