|
|
origem
da Universidade
de Leipzig vincula-se intimamente aos conflitos políticos
do Grande Cisma do Ocidente (1378-1417), quando a suposta unidade
cristã foi mais uma vez ameaçada. Do início
do Cisma até 1500, os principados germânicos fundaram
doze universidades, formando uma das mais densas redes universitárias
da Europa. Em Leipzig, o studium generale foi criado após
divergências entre professores alemães da Universidade
de Praga e o rei da Boêmia, Venceslau IV. Os estudantes
e docentes germânicos transferiram-se para Leipzig, onde
nobres apoiaram a fundação de uma nova instituição
em 1409. Oficialmente aberta a 2 de dezembro, a Universidade iniciou
suas atividades com 46 mestres e doutores, e 369 estudantes. Considerada
um dos baluartes da escolástica e fiel ao catolicismo até
a década de 1530, quando passou à órbita
do protestantismo, a Universidade sofreu reformas entre 1542 e
1544 para tornar-se o centro de formação de religiosos,
advogados e educadores requeridos pelo novo estado da Saxônia.
Entre os séculos XVI e XVIII, conflitos religiosos, guerras
e epidemias sujeitaram a Universidade de Leipzig a contínuas
mudanças e dificuldades, que não impediram, no entanto,
sua transformação em um dos mais importantes centros
europeus de atividades literárias e culturais.
Ao longo do século XIX, a Universidade expandiu seus departamentos
científicos e médicos na tentativa de responder
ao aumento da demanda pelas ciências naturais; na segunda
metade desse século, teve sua estrutura aumentada com a
criação de museus, coleções, institutos,
seminários, bibliotecas e faculdades, singularizando-se
entre as demais instituições européias por
acomodar grande demanda para disciplinas científicas especializadas.
Os investimentos destinados à medicina e à ciência
na virada do século XIX para o XX (reconstrução
do instituto de físico-química, inauguração
de uma nova clínica cirúrgica, fundação
do instituto de medicina legal etc.) granjearam prestígio
internacional às faculdades
ligadas a essas áreas após a Primeira Guerra Mundial
(1914-1918). Na década de 1930, a instituição
começou a sofrer as conseqüências da ascensão
nazista, responsável pela perseguição de
professores e pela evasão de grande contingente de alunos.
Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), 60 por cento dos
edifícios da Universidade encontravam-se destruídos
em decorrência dos bombardeios sofridos pela cidade. No
período subseqüente, Leipzig viveria as agruras do
conflito estabelecido entre norte-americanos e soviéticos.
Grande número de cientistas e profissionais qualificados
emigraram para outros países, e a Universidade ficou submetida
às determinações de lideranças alinhadas
à União Soviética, mudando até mesmo
de nome: em 1953 passou a denominar-se Universidade Karl Marx.
A partir de 1968, começou a ser implementado um projeto
de reconstrução do complexo universitário.
Após as transformações políticas ocorridas
a partir do final da década de 1980 (reunificação
das Alemanhas e desagregação da União Soviética),
a instituição voltou a chamar-se Universidade de
Leipzig. Buscou renovar e ampliar seus quadros, reorganizando
seus programas de ensino e pesquisa. Em 1994 passou a contar com
nova constituição, considerada a pedra de fundação
de uma desejada instituição livre e democrática.
|
|