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Marie Gertrude Fowler, nascida a 14 de julho de 1869 na Inglaterra,
numa pequena aldeia vizinha a Bath, antiga cidade de origem romana,
tinha 25 anos quando se tornou irmã leiga da Ordem Terceira
de São Domingos, adotando o nome de Rose Gertrude. Havia
se convertido ao catolicismo, decisão inesperada para a
filha de um pastor anglicano. Sua conversão talvez se devesse
à influência de uma irmã, que vivia em Londres
e se tornara católica. Amy foi morar com ela porque queria
estudar e ter uma profissão. Fez curso de enfermagem em
Londres, passou uma temporada num convento em Paris e estudou
microbiologia no Instituto Pasteur. Sentia-se muito atraída
pelo exemplo de Florence Nightingale, que cuidara dos feridos
da Guerra da Criméia (1855-1856), organizando hospitais
de emergência e melhorando as condições higiênicas
com inovações que mais tarde seriam adotadas em
todos os países e pela Cruz Vermelha.
Ao regressar a Londres, Amy soube da carência de serviços
de enfermagem nos hospitais de leprosos do Havaí. Escreveu
então à Sociedade Britânica de Assistência
aos Lázaros oferecendo-se como enfermeira voluntária.
A carta foi escrita dois meses após a morte de Joseph de
Veuster, o padre
Damien, que viajara para a Oceania em 1863 para cuidar
das vítimas do mal de Hansen, e que falecera em Molokai
em conseqüência da doença, a 15 de abril de
1889. O fato de repercussão internacional acendeu em Amy
o desejo de emular o martírio do padre belga. Além
disso, Molokai foi associada a uma lenda sinistra, moldada pela
propaganda dos contagionistas a respeito do perigo que a lepra
representava, e pelo temor que a opinião pública
européia passou a ter da invasão de suas capitais
por aquela doença incurável, degeneradora, que florescia
em regiões quentes e entre raças consideradas malditas.
O Conselho de Saúde do Havaí ofereceu a Emy uma
posição em Kalakao, como assistente do dr. Swift,
e prometeu-lhe casa, cavalo, comida e criada, além de salário
mensal e certa quantia para despesas de viagem. A rainha Vitória
abriu, então, uma lista de subscrições e
donativos a serem levados por ela, e novas contribuições
foram feitas durante sua viagem da costa leste à oeste
dos Estados Unidos. Os jornais de São Francisco, na Califórnia,
relatam seu embarque
para o Havaí, aonde chegou em fevereiro de 1890. Um mês
depois, Rose Gertrude fez sua primeira visita a Molokai e lá
conheceu Adolpho Lutz. A convivência em Kalihi, para onde
foi destacada, aproximou a enfermeira inglesa e o jovem médico
brasileiro.
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