Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz
Bireme/OPAS/OMS
Museu Nacional
Instituto Adolfo Lutz
 
 
  
 
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Introdução

Origens familiares e formação (1855-1881)

Volta ao Brasil. Novas viagens (1881-1892)
A busca de um lugar ao sol
Em Limeira: a clínica e a pesquisa
Em Hamburgo: estudos
sobre a lepra
Em Campinas: epidemia da febre amarela (1889)
No Havaí e na Califórnia
  Arquipélago do Havaí
Medicamentos usados por Lutz para tratar a lepra
Lepra no Havaí, o Leprosário de Molokai e a Estação de Kalihi
Amy Marie Gertrude Fowler
Estudos sobre disenteria amebiana e bacilar
•Nodosidades justarticulares

No Instituto Bacteriológico de São Paulo (1893-1908)

A mudança para o
Rio de Janeiro (1908-1940)

Novos estudos sobre
a Lepra

A herança e os herdeiros de Adolpho Lutz
     
No Havaí e na Califórnia
   
Nodosidades justarticulares
   

m setembro de 1891, Adolpho Lutz publicou em “Correspondência de Honolulu”, no Monatshefte für Praktische Dermatologie, a primeira descrição que se fez das chamadas nodosidades justarticulares. Lutz referiu-se aí a uma afecção que observou muitas vezes em nativos e estrangeiros, alguns deles portadores da lepra e todos suspeitos de terem sífilis. Eram tumores situados sempre perto de um osso, em geral nas vizinhanças de uma articulação, nos cotovelos, próximo a uma costela, no quadril, nos antebraços e nos dedos. Esses tumores diferiam dos condromas e das exostoses pela falta de continuidade com o osso, e regrediam sob a ação do iodeto de potássio.

Em 1904, Antoine Edouard Jeanselme, sem ter conhecimento do trabalho de Lutz, fez comunicação ao Congresso Colonial de Paris de casos idênticos que observara em 1889 e 1900, durante viagem pela Indochina. Em seguida, descreveu as nodosidades justarticulares em seu Précis de pathologie exotique (1909), e daí por diante os autores estrangeiros passaram a associar seu nome ao mal descrito primeiramente por Lutz.

Na realidade, vários outros investigadores o descreveram mais ou menos à mesma época em que o parasitologista francês. Steiner relatou ocorrência de “nodosidades múltiplas subcutâneas, duras e fibrinosas” na ilha de Java – e uma das expressões ainda hoje usadas para designá-las é síndrome de Steiner. Ela foi estudada por Lustig, Gross, Brault, Neveux, Leboeuf, Ouzillau e Brumpt. No Brasil, o primeiro a relatar um caso foi Eduardo Rabello, em sessão de 4 de agosto de 1916 à Sociedade Brasileira de Dermatologia. Daí por diante, as nodosidades justarticulares de Lutz-Jeanselme, como são denominadas hoje, passaram a ser estudadas por outros médicos brasileiros, como Flaviano Silva e Sielberberg.

Várias etiologias foram propostas para explicar o mal. Carougeau descobriu cogumelos nos nódulos dos doentes e Lusting descreveu um cogumelo como produtor das nodosidades. A teoria micótica foi abraçada por Steiner, Fontoynont e MacGregor. Jeanselme acreditava numa etiologia parasitária ainda desconhecida, mas suas pesquisas foram infrutíferas. Para outros, os nódulos eram apenas gomas tuberculosas esclerosadas e calcificadas. Teorias concorrentes relacionavam-nos à sífilis e à bouba. Lutz foi o primeiro a lançar a hipótese da origem sifilítica (contestada por Jeanselme) das nodosidades, ao observar a ação benéfica do iodeto de potássio e do mercúrio sobre as lesões. Silva Araújo defendeu esta teoria, partilhada, na França, por Foley, Parot, Gougerot, Brunstig, Gange e Argaud.

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