|
|
s
métodos de coloração começaram a ser
usados em histologia antes de migrarem para o estudo das bactérias.
Tinham em mira fixar substâncias corantes eletivamente em
determinados elementos do tecido ou organismo, de modo a facilitar
a observação de sua forma e estrutura. Goeppert
e Cohn (1849) foram os primeiros a trabalhar com preparações
de fucsina, mais tarde aperfeiçoadas por Hartig (1854)
e Gerlach (1858). O fisiologista boêmio Jan Evangelista
Purkinje introduziu o uso do bálsamo-do-canadá,
do ácido acético glacial e do bicromato de potássio,
e foi, também, o primeiro a fazer cortes em tecidos para
estudá-los ao microscópio. O extrato de pau-campeche
ou pau-da-índia foi utilizado por Waldeyer (1863); Böhmer
(1865) aperfeiçoou a técnica ao adicionar alume
à substância. As tinturas de anilina ou coltar (alcatrão
de hulha) entraram em circulação a partir de 1856,
disseminando-se em seguida nas práticas cotidianas ou industriais
de tingimento de tecidos e roupas. O primeiro a recorrer à
coloração de bactérias foi Wilhelm
Hoffmann, professor de botânica em Giessen; pouco
depois, Weigert
(1871) demonstrou que o carmim pigmentava cocos e, em 1875 descobriu
que a alquila dava resultados surpreendentes também no
tingimento de tecidos e bactérias. Em 1877, C. J. Salomonsen
conseguiu corá-las em solução aquosa de fucsina.
Koch (1877) aperfeiçoou os métodos de coloração,
diferenciando-os conforme o pH ácido, básico ou
neutro da substância empregada. Para imobilizar as bactérias,
desenvolveu um engenhoso processo de secagem que não interferia
em sua forma primitiva. Seu método de fixação
de bactérias requeria o uso do álcool para interromper
as atividades metabólicas dos organismos, embebendo-se
os cortes microscópicos, e as preparações
em vários tipos de corantes, especialmente a violeta de
genciana. As amostras eram colocadas numa solução
aquosa de acetato de potássio ou bálsamo-do-canadá.
Esses procedimentos o ajudaram a descobrir, em 1882, o bacilo
que leva seu nome, agente da tuberculose.
Nos anos seguintes, outros métodos de coloração
disseminaram-se pelos laboratórios e pela prolífera
literatura especializada. Ehrlich
aperfeiçoou a pigmentação dos bacilos da
tuberculose, em 1882; Loeffler empregou álcali e azul-de-metileno;
F. F. Ziehl passou a usar ácido carbólico (fenol)
em lugar de anilina; Neelsen substituiu o ácido nítrico
pelo sulfúrico. E Christian Gram desenvolveu, em Berlim,
o método hoje universalmente conhecido, e que consiste
no uso da fucsina amoniacal e na divisão das bactérias
em gram-positivas e gram-negativas conforme fixem ou não
o corante.
|
|