Nascido em Reigoldswil, Suíça, em 1º de janeiro de 1864, Leo Zehntner estudou ciências naturais na Basiléia e em Berna. Diplomado professor ginasial em 1888 e doutor em filosofia em 1890, trabalhou como assistente do entomólogo Henri de Saussure em Genebra. Em 1894, foi admitido como naturalista da estação de pesquisa Pasuruan em Java, na Indonésia, onde realizou estudos sobre culturas tropicais. Dedicou especial atenção ao estudo dos parasitas da cana-de-açúcar e, em 1901, fundou uma estação de pesquisas para a cultura do cacau em Salatiga. Realizou importantes estudos entomológicos durante sua passagem pela Indonésia, descrevendo algumas espécies novas de parasitas agrícolas, principalmente coccídeos, afidídeos e himenópteros.
Em 1905 foi contratado para dirigir o recém-fundado Instituto Agrícola da Bahia, estabelecimento de ensino criado pelo governo baiano com o objetivo de prover o estado de uma escola prática de agricultura e minas. Zehntner tratou de adaptar a antiga Escola Agrícola da Bahia às novas funções, instalando novos campos de cultura. Seu trabalho, no entanto, foi bastante dificultado por problemas de infra-estrutura e pela falta de recursos financeiros. Em 1911, o Estado da Bahia transferiu a administração do Instituto ao governo federal, que pelo decreto nº 8.584, de 1º de março de 1911, criou em São Bento das Lages a Escola Média ou Teórico-Prática de Agricultura, passando a nova instituição a ser dirigida por Henrique Devoto.
Zehntner retornou à Europa em 1920 e, dois anos depois, voltou a residir em Reigoldswil. Foi prefeito da cidade entre 1926 e 1941. Integrou os conselhos Educacional, Provincial e Constituinte da Basiléia e foi um defensor da independência da região. Também participou de associações de naturalistas e de proteção aos animais, entre outras entidades. Seu trabalho nos trópicos deu origem a cerca de setenta publicações científicas.
Faleceu em Liefstal, Suíça, no dia 3 de abril de 1961.
