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Francisco
de Paula Fajardo Júnior nasceu em Santa Maria Madalena,
Rio de Janeiro, no dia 8 de fevereiro de 1864. Em 1888 formou-se
pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ), apresentando
como tese de doutoramento o primeiro trabalho científico
produzido no país sobre o hipnotismo, matéria até
então desacreditada nos meios acadêmicos. Sua tese
despertou tanto interesse que, em 1896, foi transformada em tratado
sobre o tema.
Logo conquistou reputação de excelente clínico,
e em 1892 assumiu o cargo de assistente da cadeira de clínica
propedêutica, cujo titular era Francisco de Castro. Lecionou
também na Universidade Popular Livre. Uma das conferências
que proferiu aí converteu-se em Moléstias tropicais
(1902). Fajardo publicou diversos trabalhos que testemunham seu
interesse pela pesquisa em laboratório, inclusive Diagnóstico
e prognóstico das moléstias internas pelo exame
químico, microscópico e bacteriológico junto
do doente (1895). Mas essa vocação acabou sendo
relegada a segundo plano, por força das precárias
condições que o país oferecia à sua
realização enquanto carreira profissional estável,
material e culturalmente valorizada.
Professor da FMRJ, Fajardo foi um dos pioneiros nos estudos em
microbiologia no Brasil. A partir de 1892, destacou-se pelas investigações
experimentais realizadas sobre o parasito causador da malária,
sendo exaltado pela imprensa médica como o descobridor,
no Brasil, do hematozoário identificado por Alphonse Laveran
em 1880. Publicou ainda, na década de 1890, estudos sobre
cólera-morbo, beribéri, piroplasmose bovina e espirilose
das galinhas, em periódicos médicos nacionais e
no Centralblatt für Bakterologie, Parasitenkunde und
Infektionskrankheiten. Em abril de 1893 foi eleito membro
da Academia Nacional de Medicina, apresentando, na ocasião,
trabalho sobre “o micróbio da malária”.
Faleceu aos 42 anos, no dia 6 de novembro de 1906, em conseqüência,
supõe-se, de reação anafilática provocada
pela inoculação do soro antipestoso fabricado no
Instituto Soroterápico de Manguinhos .
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