|
Joseph Francisco
Zikán nasceu em Teplitz-Schönau, Boêmia, na
antiga Tchecoslováquia, então Império Austro-Húngaro,
no dia 1º de março de 1881. Realizou os primeiros
estudos em seu país natal, inicialmente numa escola tcheca
e em seguida numa escola alemã em Komotau, atual Chomutov.
Cursou o secundário na cidade de Dux.
Interessado na coleta de borboletas e desejoso em conhecer um
país tropical rico em material entomológico, partiu
para o Brasil em 1902. Fixou-se inicialmente na cidade de São
Paulo, onde, durante alguns meses, trabalhou numa fundição.
Em novembro de 1904, mudou-se para Mar de Espanha (MG) e passou
a atuar como professor primário. Empreendeu desde então
várias excursões pelo Espírito Santo em busca
de insetos, dando início a uma rica coleção.
Nos anos seguintes, conciliou as atividades docentes e de coletor
com a de administrador de fazendas, tendo residido em cidades
de Minas e do Espírito Santo. Na Exposição
do Centenário do Brasil, em 1922, recebeu um grande prêmio
por sua coleção de insetos. De julho de 1927 a janeiro
de 1928, convidado pelo Prelado Apostólico do Rio Negro,
colaborou na coleta de insetos durante as missões salesianas
no Amazonas. A seguir, foi contratado como auxiliar técnico
da Estação Biológica, atual Parque Nacional
do Itatiaia. Mais tarde promovido a naturalista do Parque, deu
inestimável contribuição para a organização,
catalogação e identificação das inúmeras
espécies de insetos da região.
Zikán publicou cerca de sessenta trabalhos ao longo de
sua carreira, entre eles um estudo sobre a biologia dos Cicindelidae
brasileiros (1929). Também estudou os lepidópteros
do grupo Papilio protesilaus (1938-1939), o gênero
Parandra (Coleoptera, 1948) e as vespas do gênero
Mischocyttarus (1933, 1949, 1951). Além disso,
publicou trabalhos sobre a fecundação da saúva
(1938) e sobre a biologia dos dípteros reunidos no gênero
Mydas (1942 e 1944). Em 1940, juntamente com seu filho
Walter, iniciou a publicação de um catálogo
dos insetos da Serra da Mantiqueira.
Faleceu na cidade de São Paulo em 23 de maio de 1949.
Em 1952, sua coleção de cerca de 150 mil insetos
foi adquirida pelo Instituto Oswaldo Cruz. Desse conjunto, merecem
destaque as coleções das ordens Lepidoptera (57.329
espécimes); Coleoptera (56.744 espécimes) e Hymenoptera
(32.785 espécimes).
|
|