Robert Koch nasceu em Clausthal, em 1843, e faleceu em Baden-Baden, em 1910. Formado em medicina pela Universidade de Göttingen (1866), trabalhou em Wollstein, aldeia do Grão-Ducado de Posen. Em Breslau, em 30 de abril de 1876, Koch realizou a primeira demonstração sobre o ciclo de vida do bacilo de antraz, cujos esporos localizara na terra onde os animais eram sepultados. Ele havia conseguido isolar os bacilos numa cultura purificada, e a demonstração causou forte impressão nos presentes. O Bacillus anthracis foi o primeiro agente microbiano cujos efeitos patogênicos foram comprovados pela bacteriologia. Koch comunicou por carta suas descobertas a Ferdinand Cohn, um dos fundadores da bacteriologia. Através dele, entrou em contato com a elite médica universitária de Breslau, especialmente Julius Cohnheim, diretor do Instituto de Patologia, e seu assistente Karl Weigert, que vinham desenvolvendo métodos de coloração para bactérias a partir de anilinas. Datam dessa época (1876-1878) os aperfeiçoamentos introduzidos por Koch na técnica microscópica e nos métodos de fixar, corar e fotografar microrganismos.
Em 1882, Koch descobriu o bacilo da tuberculose. Além de cultivá-lo fora do organismo humano, conseguiu provocar a doença em animais com o produto dessa cultura, postulando, então, as exigências que julgava necessárias para a demonstração da etiologia bacteriana de qualquer moléstia: isolar o microrganismo em culturas puras, inoculá-lo em animais de experiência e produzir uma doença cujos sintomas e lesões fossem idênticas ou equiparáveis às da doença “típica” no homem.
Em viagem ao Egito e à Índia, em 1883-1884, Robert Koch descobriu também o Vibrio cholerae, agente etiológico do cólera. Em 1885, fundou a cátedra de higiene na Universidade de Berlim e, entre 1891 e 1904, dirigiu o Instituto Real Prussiano para Doenças Infecciosas (Königlich Preussisches Institut für Infektionskrankheiten), atual Robert Koch Institut. Na década de 1890, organizou uma expedição a vários países para estudar a transmissão da malária. Pesquisou várias outras enfermidades do homem e dos animais, entre elas a hanseníase, a peste bovina, a peste bubônica e a doença do sono.
Deve-se a Koch também a preparação da tuberculina, líquido glicerinado estéril obtido de culturas do bacilo da tuberculose. O bacteriologista alemão verificou ser ele extremamente tóxico para os animais tuberculosos, e relativamente inócuo para os saudáveis. Supôs, assim, ter descoberto a cura da doença, mas logo se verificou seu engano. Recusada como agente terapêutico, a tuberculina passou a ser utilizada no diagnóstico da enfermidade.
Em 1905, Robert Koch foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina.